Práticas integrativas no SUS beneficiam quase 4 milhões de pessoas em 2025

Dados inéditos do Ministério da Saúde apontam que, entre janeiro e agosto de 2025, cerca de 3,75 milhões de pessoas participaram de procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS). O número representa um crescimento de 14,2% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 3,29 milhões de atendimentos.

Entre os destaques está a auriculoterapia, responsável por 26% desse aumento. A técnica terapêutica utiliza a orelha como um microssistema corporal para tratar dores físicas, distúrbios emocionais e sintomas mentais, com estímulos feitos por agulhas, sementes, cristais ou ímãs.

💆‍♀️ Crescimento nas práticas coletivas

O levantamento também aponta expansão nas chamadas PICS coletivas, como as práticas corporais da medicina tradicional chinesa (+13%), o uso de plantas medicinais e fitoterapia (+11%) e a meditação (+8%). Essas terapias vêm sendo integradas de forma crescente às unidades básicas de saúde em todo o país.

De acordo com o ministério, 340 mil profissionais participaram de cursos e capacitações em PICS por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (Avasus) — muitos deles com certificação em auriculoterapia.

“A expectativa é que esse número seja ainda maior, já que estados e municípios também oferecem formações próprias”, informou a pasta.

🏙️ São Paulo lidera atendimentos

A cidade de São Paulo é atualmente referência nacional. Apenas no primeiro semestre de 2025, o município foi responsável por 16,4% dos atendimentos em PICS de todo o país.
Entre 2022 e 2024, a capital paulista registrou um aumento médio de 89,6% nesses procedimentos, com destaque para auriculoterapia, meditação, arteterapia e aromaterapia.

📊 Evolução nacional das terapias integrativas

Em todo o ano de 2024, o SUS registrou 7,15 milhões de atendimentos em PICS, um salto de 70% em relação a 2022.

• Atenção primária: 3,19 milhões de procedimentos (+67%)

• Média e alta complexidade: 3,95 milhões (+73%)

Com isso, mais de 9 milhões de brasileiros tiveram acesso a práticas integrativas em 2024, representando um crescimento de 83% em dois anos.
Atualmente, as PICS estão presentes em 84% dos municípios e em mais de 21 mil unidades básicas de saúde de todas as capitais do país.

Em 2025, os dados preliminares já indicam quase 4 milhões de atendimentos, mantendo a tendência de expansão.

🧠 Novas frentes e qualificação profissional

O Ministério da Saúde trabalha agora na formação de equipes especializadas para incorporar as PICS em linhas de cuidado como dor crônica, saúde mental e tratamento de feridas com uso de fitoterápicos e plantas medicinais.

Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) reforça a importância dessas terapias: os pacientes relataram melhora de dores, ansiedade, insônia e bem-estar geral, além de redução no uso de medicamentos.

🌎 Congresso mundial no Rio de Janeiro

Os novos números e o panorama das práticas integrativas serão apresentados no 3º Congresso Mundial de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa, que acontece de 15 a 18 de outubro, no Riocentro, no Rio de Janeiro.

O evento reunirá lideranças, pesquisadores e profissionais de saúde de 67 países, com a presença da Organização Mundial da Saúde (OMS), que lançará oficialmente a Estratégia Global de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa 2025–2034, aprovada por 170 Estados-membros.

📚 Novos materiais e biblioteca global

Durante o congresso, o governo federal também lançará materiais inéditos, elaborados pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/OPAS).

Entre os destaques estão:

• 🗺️ Mapa das Evidências da Efetividade Clínica das Intervenções Baseadas na Natureza

• 👶 Mapa de Evidências de Pediatria Integrativa

Além disso, será apresentado o pré-lançamento da Biblioteca Global de Medicina Tradicional da OMS, que reunirá mais de 1,7 milhão de publicações científicas com acesso livre ao público.

“Essas ferramentas, que reúnem milhares de revisões científicas internacionais, já orientam as políticas públicas de saúde integrativa no Brasil”, informou o Ministério da Saúde.

📎 Com informações da Agência Brasil